Macacos do Velho Mundo e do Novo Mundo: Quais são as diferenças?
Babuíno-oliva ( Papio anubis ) Bugio-ruivo (Alouatta guariba)
Quando pensamos em macacos, é comum imaginar que todos são parecidos. Mas a verdade é que existem dois grandes grupos que evoluíram de forma separada por milhões de anos: os macacos do Velho Mundo, que vivem na África e na Ásia, e os macacos do Novo Mundo, encontrados aqui nas Américas.
Esses grupos se separaram há cerca de 35 milhões de anos, e desde então, cada um seguiu seu próprio caminho evolutivo. O resultado? Diferenças marcantes no corpo, no comportamento e até no ambiente em que vivem.
Onde vive cada grupo?
Os macacos do Novo Mundo são encontrados na América Central e na América do Sul. São os nossos vizinhos, como os macacos-prego, bugios, saguis e micos.
Já os macacos do Velho Mundo vivem na África e na Ásia, incluindo espécies como os babuínos, os mandris, os macacos-japoneses e os macacos-verdes.
O que muda entre eles?
Uma das diferenças mais visíveis está no nariz. Os macacos do Novo Mundo têm narinas mais afastadas e voltadas para os lados — por isso, também são chamados de Platyrrhini, que significa “nariz chato”. Já os do Velho Mundo, chamados de Catarrhini, têm narinas mais próximas, voltadas para baixo, parecidas com as dos humanos.
A cauda também é um fator importante. Muitos macacos das Américas, como o bugio e o macaco-aranha, possuem uma cauda preênsil, que funciona como uma espécie de quinto membro, ajudando a se segurar nos galhos. Nos macacos do Velho Mundo, a cauda preênsil não existe — e algumas espécies nem cauda visível têm.
Quanto ao modo de vida, os macacos do Novo Mundo são, em sua maioria, arborícolas, ou seja, passam a maior parte da vida nas árvores. Já muitos macacos do Velho Mundo, como os babuínos, são terrestres, adaptados a caminhar no chão, principalmente em savanas e áreas mais abertas.
Outra diferença interessante está nas mãos. Os macacos do Velho Mundo têm polegares mais desenvolvidos, o que dá mais precisão para pegar objetos, manipular ferramentas ou se alimentar. Já entre os macacos das Américas, em muitas espécies, o polegar é pouco funcional ou até ausente.
No comportamento, os macacos do Velho Mundo costumam viver em grupos maiores e mais organizados, com hierarquias sociais bem definidas. Já os do Novo Mundo tendem a viver em grupos menores e com estruturas sociais mais simples.
🧠 Quem é mais inteligente?
Depende do ponto de vista. Os macacos-prego (Sapajus), encontrados no Brasil, são conhecidos por usar pedras e outros objetos como ferramentas — o que exige uma boa dose de raciocínio. Já os macacos do Velho Mundo, como os do gênero Macaca ou os babuínos, demonstram comportamentos sociais muito complexos, incluindo estratégias de aliança, disputa de status e até manipulação social.
Curiosidade: parentesco com os humanos
Você sabia que os macacos do Velho Mundo estão mais próximos dos humanos na árvore evolutiva? Isso porque eles fazem parte do mesmo grupo que inclui os grandes primatas, como gorilas, chimpanzés e orangotangos. Já os macacos do Novo Mundo seguiram uma linha evolutiva mais distante.
Conclusão
Apesar de toda essa diversidade e inteligência, muitos desses macacos — tanto do Velho quanto do Novo Mundo — estão hoje ameaçados pela ação humana. A destruição de seus habitats, o tráfico de animais e as mudanças climáticas colocam várias espécies em risco de extinção.
A chave para a conservação é o conhecimento. Quando aprendemos sobre esses animais, entendemos seu valor ecológico, sua complexidade e sua importância para os ecossistemas.
“Você só protege aquilo que conhece.”